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Semana 4 e 5

21 de Abril a 4 de Maio

Acessibilidades Web e Tecnologias de Apoio

 

 

“As crianças com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) têm dificuldades que limitam sua capacidade de interagir com o mundo. Estas dificuldades podem impedir que estas crianças desenvolvam habilidades que formam a base do seu processo de aprendizagem” (VALENTE, 1991)

 

Relativamente a um comentário acerca da minha experiência na temática, Acessibilidade da Web e tecnologias de apoio, não tenho experiencias relevantes que possa partilhar, pois todas as crianças com quem trabalhei, portadores de incapacidade não usufruíram de grandes tecnologias. Assim e após algumas leituras e reflexões acerca das mesmas deixo aqui umas dicas que considero interessantes.Na sociedade atual as tecnologias, sobretudo as altas tecnologias, converteram-se num instrumento imprescindível em qualquer atividade, seja num contexto laboral, social ou de ócio. Esta realidade veio, sem dúvida beneficiar os indivíduos com deficiência uma vez que lhes permite desenvolver atividades que antes lhes estavam vedadas. No entanto o próprio desenvolvimento das tecnologias cria, por vezes barreiras que dificultam ou impedem o seu uso por parte de pessoas que têm limitações físicas, psíquicas e/ou sensoriais. Estas barreiras poderiam ser facilmente atenuadas ou mesmo erradicadas se fossem tidos em conta determinados critérios, no que diz respeito ao desenho de produtos informáticos.

Os fabricantes deste tipo de produtos devem ter em conta a sua fácil adaptação tendo presente vários tipos de populações como sejam:

  • Os utilizadores com problemas de visão necessitam de aumentar o tamanho dos grafismos, contrastes e características gerais de visibilidade. Os elementos mais utilizados são os monitores grandes, tamanhos de letra grandes, alto contraste, e ampliação software de zonas do écran.

  • Os utilizadores com problemas de audição necessitam que se tenha em conta determinados níveis de frequência relativamente ao som, pois muitas vezes este não lhes permite discriminar determinados sons. Normalmente utilizam uma opção já contemplada em alguns sistemas operativos que permitem o reforço visual que acompanha sons de alarme ou aviso. No que diz respeito aos utilizadores com problemas motores necessitam muitas vezes de dispositivos específicos para trabalharem com um computador. Alguns exemplos são os switchs de cabeça, os écrans tácteis, os teclados de conceitos, sistemas de reconhecimento de voz e os ponteiros alternativos.

  • acessibilidade e suporte FÍSICO (hardware)

Os problemas de acessibilidade ao hardware centram-se, sobretudo na dificuldade em aceder eficazmente a botões, interruptores e todos os dispositivos de controle que compõem um computador e seus periféricos. Muitos destes problemas seriam resolvidos se fossem controlados com um programa que permitisse ligar / desligar e regular todos os componentes físicos do computador.

Etes programas de controlo que deveriam vir incorporados no sistema operativo permitiriam por ex. ligar, desligar e configurar a impressora, desligar o computador e mesmo expulsar a disquete e/ou o CD-ROM. Relativamente aos botões e reguladores ergonómicos estes deveriam estar sempre na parte frontal do computador podendo contemplar uma realimentação táctil e/ou sonora. Não devem ser demasiado pequenos nem estar demasiadamente juntos, devendo ainda ser côncavos e não deslizantes.

  • Periférica

deve ser evitada a necessidade de movimentos complexos como por exemplo carregar num botão e ao mesmo tempo ser necessário girá-lo, utilização de mais do que um botão para uma mesma função, permitindo cada um dos botões uma opção distinta de modo a serem funcionais. Os periféricos devem ser independentes da unidade central para que sejam facilmente trocados podendo-se personalizar somente o periférico que não responda às necessidades do utilizador.Os periféricos devem ter uma base estável e antideslizante de forma a que não possam ser movimentados em consequência de um movimento descontrolado. No entanto a regulação, a orientação e a altura deve oferecer pouca resistência para facilitar um posicionamento mais eficaz. Alguns utilizadores têm muita dificuldade em introduzir disquetes resultando muito mais fácil deixar “cair” um CD-ROM nas típicas plataformas de entrada/saída deslizante. As impressoras, scanners e demais elementos, que necessitem de papel, devem ter bandejas de alimentação e de armazenamento de folhas facilmente manipuláveis (sem elementos que tapem as folhas e sem necessidade de extrair a bandeja para colocar e retirar o papel).

  • Som

Para facilitar informações sonoras estas devem ser acompanhadas de sistemas visuais do estado e funcionamento dos vários dispositivos. o computador deve ter colunas amovíveis de modo a que o usuário as coloque da forma que lhe seja mais conveniente, existindo a possibilidade de conectar auriculares. Deve existir sempre a facilidade de regulação do volume e frequência dos sons emitidos pelo computador.

 

ACESSIBILIDADE e suporte lógico (software)

  • Mensagens

Estas devem ser concisas, coerentes e consistentes.

Deve sempre ser usado um mesmo texto para uma mesma mensagem, sendo esta visualizada sempre na mesma zona do écran e tendo sempre os mesmo elementos de composição (tipo de letra, botões, cor, etc.). a mensagem deve permanecer até o que o utilizador a aceite. Este tempo pode, em alternativa, ser configurado tendo em conta as características do utilizador. Quando as mensagens são sonoras deve existir uma coerência temporal entre o que se ouve e o que realmente está a suceder no écran.

  • Redundância do canal de comunicação

As características estéticas do interface devem servir para realçar a informação essencial que deve ser fornecida por diversos canais: cor e texto, cor e forma, cor texto e forma etc. O mesmo deve acontecer relativamente ao som. Esta redundância não deve existir somente relativamente aos outputs mas também relativamente aos inputs. Qualquer tarefa deve poder ser realizada com o rato, com o teclado, com sistemas periféricos específicos e sistemas de reconhecimento de voz.

  • Personalização do teclado

O teclado é um periférico essencial por isso deve permitir ao utilizador aceder a qualquer elemento do sistema operativo (por exemplo ligar - desligar). Deve evitar o uso de acções simultâneas. Em alguns casos, navegar pelos menus com a seta do cursor, pode ser uma actividade penosa por isso devem existir sempre teclas de atalho. Os menus devem funcionar sempre em movimento circular (passar da ultima opção à primeira) Este percurso circular deve aplicar-se também ao movimento das opções das caixas de diálogo, à mudança de janelas, áreas de trabalho, etc.

  • Ícones

Muitos utilizadores têm problemas em descriminar os ícones e outros pequenos objectos que compõem a área de trabalho pelo que o próprio sistema operativo deve permitir que se modifiquem os tamanhos e posições, seja independentemente ou por grupos. Os ícones devem também ter associados uma imagem que facilite a identificação e compreensão da sua função.

  • Janelas

As tarefas de gestão das janelas (mover, mudar de tamanho, etc.) habitualmente realizam-se por intermédio do rato, para facilitar a acessibilidade todas estas tarefas devem poder ser realizadas com o teclado. Como existem utilizadores que necessitam de ferramentas especiais para acesso ao computador, tendo estas que estar visíveis no écran, seria de toda a conveniência que as janelas pudessem mudar de tamanho e de posição. Também devem permitir ser maximizadas e minimizadas, podendo ser fechadas para evitar conflitos com as referidas ferramentas. Para além disso o sistema operativo deve facilitar uma forma de mudar de uma janela a outra de modo a que as aplicações específicas possam “cooperar” com as gerais.

  • Serviço de ajuda ao utilizador

Os sistemas operativos estabelecem serviços de ajuda que são utilizados em muitas aplicações. Esta ajuda deve ter formato real, no entanto poderia incluir ainda a possibilidade de incorporar imagens que facilitem a sua compreensão por exemplo símbolos do SPC.

  • Sistema operativo

O sistema operativo é o principal responsável por todos os elementos que estabelecem a comunicação entre o ser humano e o computador. De uma forma geral o sistema operativo deve proporcionar ao utilizador acesso a qualquer dispositivo de entrada que utilize (switch de cabeça ou outro, joystick, etc.). Recomenda-se também que proporcione um sistema de reconhecimento de voz. Também a saída de dados se deve realizar, tanto utilizando a visualização como a audição. Todos os sistemas operativos devem ter um caracter de ativação opcional de forma a que possa ser utilizado por uma diversidade de utilizadores, indistintamente das suas necessidades e problemas. O sistema operativo deve ainda oferecer a compatibilidade com aplicações que seja necessário adicionar.

  • Configuração do teclado

A configuração do teclado permite a comunicação entre a unidade central e o utilizador portanto, deve poder incorporar situações que facilitem a acessibilidade. Deve existir a possibilidade de configuração do tempo de repetição da tecla e opção que permita bloquear as teclas de controlo (maiúsculas, alt, Ctrl, etc.).

  • Configuração do rato

O rato Deve permitir a sua configuração de modo a que o utilizador o possa manejar da forma mais adaptada à sua mobilidade. Deve permitir ajustar a velocidade e aceleração da seta diferenciando entre horizontal e vertical, o tempo de aceitação do clic e o tempo entre dois clics. Deve permitir realizar o bloqueio do varrimento, dispondo de um botão de rato para esta função.

  • Aplicações

Há que ter em conta que apesar dos avanços constatados, relativamente ás tecnologias, os utilizadores com problemas de acessibilidade necessitam de utilizar dispositivos específicos ou programas especiais, pelo que deve existir a possibilidade de aplicações compatíveis e interativas com as ferramentas de acesso. Para isso devem utilizar-se mecanismos de coordenação proporcionados pelo sistema operativo, evitando aplicações que se bloqueiem mutuamente. Para evitar problemas de consistência e de coordenação, entre aplicações, estas devem possuir uma opção de cancelamento. As aplicações devem estar desenhadas de modo a que o número de passos para lhe aceder seja o mínimo possível e não requeira o uso simultâneo de mais de um dispositivo de entrada.

 

Após esta larga exposição individual, aproveito para dizer que o Grupo de Bragança tem o trabalho acerca deste modulo no endereço:

 

https://magic.piktochart.com/output/1859068-wcag-20-copy

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